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Cutting: por que alguns jovens se automutilam?

  • Foto do escritor: Osvaldo Melo
    Osvaldo Melo
  • 31 de out. de 2017
  • 4 min de leitura

Quando surge a dificuldade em lidar com as emoções, alguns adolescentes acabam tendo essa reação extrema. Eles se cortam, se queimam, se machucam... Diante disto, uma coisa é certa, ele (a) está precisando de ajuda!

Você conhece alguém que apresenta o hábito de se mutilar? A automutilação é um grito de socorro de alguém que não está conseguindo falar.

É preciso que tanto a família como os educadores prestem atenção nos jovens para identificar esse tipo de ocorrência e encaminhá-los para uma ajuda psicológica.

Podemos definir o transtorno de automutilação como sendo a destruição ou alteração, direta e deliberada, do tecido corporal (cortes provocados por lâminas ou outro objeto cortante) em diversas regiões do corpo sem a intenção de suicídio.

Observamos nos comportamentos desses indivíduos o uso de pulseiras para que os cortes nos pulsos não sejam vistos, o uso de meias e botas para esconder a região dos tornozelos e blusas fechadas para que os cortes na região da cintura não sejam vistos.

O ato de se cortar é voluntário e com consequências não só previsíveis, como também desejadas. O objetivo é o impacto imediato, sentir a dor de forma imediata. Trata-se de uma maneira de transferir a dor emocional para a dor física.

Eventos que costumam anteceder e suceder a automutilação: PRIMEIRO (motivos que antecedem a automutilação) - sentimentos de rejeição, abandono, raiva, medo... SEGUNDO: (um aumento de sensações indesejáveis) - sensação de vazio, inutilidade e abandono TERCEIRO: (realização do ato) - automutilação QUARTO: (após os cortes) - alívio breve de sensações desagradáveis

Pesquisas realizadas com adolescentes revelam quais são os principais motivos para a automutilação: 1ª) Liberação de insuportável tensão: sentem-se tensos e ao se cortarem ficam aliviados; 2ª) Descarregar raiva: geralmente ocorre após situações onde sentiram muita raiva; 3ª) Autopunição: acreditam que agiram de forma errada por isso se cortam; 4ª) Tentativa de sentir-se vivo novamente: diante de tantas emoções difíceis se acham anestesiados; 5ª) Tentativa de acalmar-se; 6ª) Comunicar-se ou controlar os outros: alguns mobilizam os parentes com este comportamento; 7ª) Aliviar sentimentos de solidão (a sensação de estarem solitários é insuportável;

Os cortes e até mesmo queimaduras funcionam como mecanismo do inconsciente para aliviar uma tensão que o adolescente não está conseguindo lidar. É por isso que a mutilação acaba sendo um hábito difícil de ser abolido sozinho. Alguns adolescentes se dizem “viciados” em se automutilar.

Ela funciona como uma válvula de escape. Eles acabam recorrendo a ela sempre que não conseguem lidar com alguma emoção, e nem se dão conta disso.

O que acontece é que, sempre que a tensão aumenta, o cérebro envia uma ordem pedindo alívio imediato, é neste momento que o adolescente sente que precisa se automutilar.

Ao se cortar ou ao se queimar, ele “desvia” o incômodo emocional que existia, para a dor ou para o incômodo que o machucado provocou.

Aprender a lidar com as emoções, confiar e poder se abrir com uma terceira pessoa nem sempre é fácil. É necessária muita confiança e coragem para dar o primeiro passo. O medo destes adolescentes é o de ser julgado, de sentirem raiva dele, de serem rejeitados...

Casos como estes, são bastante delicados e devem ser tratados com muito respeito e profissionalismo. Ninguém se machuca porque simplesmente quer!

Ao dividir o problema, o primeiro passo foi dado, mas para abandonar definitivamente o comportamento de risco, é necessário mais que colo e bate papo de amigos.

O auxílio de um Psicólogo nestes casos é fundamental.

O que fazer diante do problema?​

Fique sempre atento se o jovem está muito distanciado da família e se está sentindo-se solitário; se há marcas, queimaduras ou alguma outra dificuldade emocional que esteja passando. Na dúvida procure ajuda de um bom profissional.

A pessoa que se automutila está claramente em grande sofrimento e é assim que deve ser vista e tratada. É ideal aproximar-se dessa pessoa com delicadeza e com uma fala delicada, compreensiva, para fazê-la entender que precisa buscar ajuda. O apoio e compreensão dos pais, amigos e familiares nesse momento são bastante importantes.

Manter a calma será um importante passo a ser adotado pelos pais quando descobrem que o filho se automutila. Alguns pais reagem com pânico e desorientação, o que poderá agravar ainda mais a sensação de desconforto do adolescente.

Dizer apenas para parar de o fazer terá também pouco efeito. No entanto, retirar do alcance do jovem objetos com que se possa magoar pode ser de extrema importância. Paralelamente, e com efeito mais duradouro e profundo, será fundamental adotar uma postura de disponibilidade para escutar o jovem. Assim, mostre interesse por aquilo que o jovem pensa e sente, dando-lhe espaço para (mas não o obrigando a) partilhar.

Em simultâneo, o encaminhamento para um profissional qualificado, como um psicólogo, será importante no sentido de serem aprendidas/desenvolvidas outras estratégias de regulação emocional e alternativas mais adequadas.

A comunicação eficaz dentro da família é verdadeiramente importante para que o adolescente se sinta seguro, valorizado e confiante, pelo que se sugere a existência de um momento diário, nas rotinas da família, em que todos se sintam livres e aceitos na partilha de ideias, dúvidas, preocupações e conquistas. [if !supportLineBreakNewLine] [endif]

 
 
 

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Psicólogo e Coach com atuação na área clínica e organizacional. Tem desenvolvido seu trabalho a partir do público jovem e adulto com palestras, assistência psicológica e orientação profissional 

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Osvaldo Melo
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